A CIDADE HISTÓRIA E ORIGEM



Para chegar a Rio Preto, atravessa-se sempre terreno montanhoso e coberto de mata virgem, e quando sobre algum cume elevado se pode avistar grande extensão de terras, só se notam florestas e montanhas.

À extremidade de uma ponte fica uma cidadezinha encostada à montanha, composta de uma única rua muito larga e paralela ao rio. Tem a cidade o mesmo nome do rio; depende do distrito de Ibitipoca e só conta uma Igreja não colada, servida por um ca pelão.

As casas de Rio Preto, excetuando-se uma ou duas, são térreas, pequenas, mas possuem um jardinzinho plantado de bananeiras, cuja pitoresca folhagem contribui para o embelezamento da paisagem.”

Registro do Rio Preto
Auguste de Saint-Hilaire
, 1822

 

RIO PRETO - HISTÓRIA E ORIGEM

Os primeiros habitantes de todo o Vale do Rio Preto foram os índios Coroados. Seu território estendia-se da vertente sul da Mantiqueira até a bacia do rio Paraíba do Sul. O principal aldeamento situava-se onde hoje é a cidade de Valença e por onde começou, por volta de 1780, o processo de sua dominação. Estima-se em cerca de 1.400 a população indígena de então.

Os primeiros colonizadores chegaram à região, conhecida como Sertão do Rio Preto, em busca de ouro, fartamente encontrado não somente no rio Preto, mas em seus diversos afluentes. O extrativismo do ouro e dos diamantes era então altamente rentável para a Coroa Portuguesa, que recolhia um quinto de toda a sua extração. Em função disso, a Coroa proibia a abertura de novos caminhos na região, pois eles poderiam servir à passagem “ilegal” do ouro. A intenção era, com a preservação da barreira natural das matas - limitadas de um lado pelo rio Preto, e de outro pela Estrada Geral, sempre patrulhada pelos soldados da Coroa -, forçar a passagem do ouro pelo caminho oficial e pelo controle do fisco. E o Sertão do Rio Preto passou a ser conhecido como Sertão Proibido ou, no dizer oficial da época, Arias Prohibidas.

O lugarejo que veio a dar origem à atual cidade de Rio Preto nasceu à beira-rio, como único ponto onde era oficialmente permitida a passagem do ouro com destino ao Rio de Janeiro. Chamava-se então Registro de Rio Preto. E apesar de todo o esforço por parte da Coroa, no sentido de exercer um controle sobre a região, o Sertão Proibido foi, na prática, largamente utilizado para o contrabando do ouro. Mais tarde, com o esgotamento da mineração, o Registro voltou-se para a tributação da produção agrícola (em geral açúcar, cachaça, milho, toucinho e café) com destino ao Rio de Janeiro.

No início do século XIX, a produção cafeeira começa a se expandir para além dos arredores do Rio de Janeiro, chegando até Minas. Rio Preto foi a porta de entrada do café em terras mineiras que, entre 1820 e 1870, foi a mais importante atividade produtiva do Vale do Rio Preto. A cultura do café marca um período de prosperidade e crescimento na história riopretana, sendo considerado como o “apogeu econômico e político da região”. Em 1832, por decreto da Regência, o Curato de Nosso Senhor dos Passos do Presídio foi elevado à paróquia. Estava criado o distrito. Em 1844, por Lei Provincial, Rio Preto elevou-se à vila e era criado o Município de Nossa Senhora dos Passos de Rio Preto. Em 1871, a vila tornou-se cidade.

A cidade então se desenvolve e cresce com a construção da Igreja Matriz de Nosso Senhor dos Passos, em 1860; com a inauguração da linha férrea Central do Brasil, em 1892; com a fundação da Santa Casa de Misericórdia, em 1886; com o surgimento da imprensa local com o jornal “O Vigilante, em 1902; e com a chegada da luz elétrica, em 1917.

A virada do século, no entanto, vem marcar, para toda essa região cafeicultora, um profundo esvaziamento econômico e social. Grandes extensões de terra desmatada, enfraquecida e desvalorizada encontram na criação de gado um novo destino. A partir de então, a pecuária leiteira ganha destaque na região e até hoje é sua principal atividade econômica, juntamente com a produção de derivados do leite e a agricultura de subsistência. No entanto, com o desprestígio das culturas em geral, houve um êxodo e queda da população rural, com pequeno incremento na cidade.

Rio Preto vem se destacando atualmente pelo seu potencial turístico, especialmente o Ecoturismo, com a diversidade de sua fauna e flora, a abundância de cachoeiras, e suas belas paisagens montanhosas. A herança das grandes fazendas do ciclo cafeeiro também atrai turistas e visitantes à região.

Fontes de pesquisa:
Rio Preto – Resumo Histórico, de José Marinho de Araújo, do Instituto Histórico e Geográfico do Estado de Minas Gerais;
Rio Preto: lavando a alma da cidade, de Elizabeth Ferreira Linhares.

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